É bem comum ver-se na TV á cada 2 ou 3 anos, um daqueles trailers que remontam - sob perspectivas cada vez mais "inovadoras", e não menos execráveis por isso - as barbáries ocorridas nas décadas em que se estenderam as Guerras Mundiais. Também é corriqueiro a comoção dos espectadores, do outro lado da tela, com seus comentários críticos e indignados, à cada cena de conteúdo mais forte. A repugnância estampada na face de cada pessoa, ao deparar-se com os horrores impostos por cada "colônia de férias", "carinhosamente presenteada" por Hitler, aos judeus, é notável.
Os campos de concentração alemães ou soviéticos, de início podem até parecer uma página triste na historia da humanidade, e que com muito esforço está sendo superada pela mesma.
Fato é que, os mesmos rostos indignados no cinema, são aqueles que ignoram e se omitem diante de nossos próprios "campos de concentração contextualizados".
Está à olhos vistos, a total degradação de nosso sistema prisional. A lição "Carandiru" parece não ter sido suficiente para o alerta brasileiro, quem vez por outra, encontra estampado em seus jornais manchetes cada vez mais assombrosas relacionadas aos presídios do país. O problema é que tais manchetes são reais, e não capa de qualquer outra revista de apoio a indústria cinematográfica.
Em menos de uma semana o Brasil recebeu duas noticias escandalosas. Em Florianópolis uma fuga em massa com mais de 70 apenados, de um presídio que deveria ser de Segurança Máxima. No Maranhão, a morte de 6 presos, dos quais 4 foram decapitados pelos próprios detentos em protesto à superlotação de uma delegacia.
Chega a ser de um humor mórbido, dizer que no Brasil não existe pena de morte, e que essa, não é decidida pela justiça.
Nossos campos são legais. |
É compreensível que medidas rigorosas sejam tomadas para prevenir o bem estar social, mas, com a atual situação, o que está sendo criado, são verdadeiras escolas do crime. Há uma generalização na hora do encarceramento, onde pessoas não julgadas ainda são postas em conjunto, com ladrões de galinha, e esses com sociopatas, e esses ainda com estupradores e pedófilos. Os último, declaradamente, prato predileto na prisão, literalmente falando.
Casos bem sucedidos mundo afora, demonstram que a resocialização dos presos feita pelo Estado é uma maneira de se recuperar essas pessoas, dando-lhes alento de vida, além de proporcionar à sociedade o exemplo e a quebra de antigos preconceitos. Nos EUA, na casa de detenção de Atikka, em New York, os presidiários trabalham na prisão costurando material esportivo para multinacionais, como a Adidas, remuneradamente, além de terem a pena reduzida em um dia á cada três trabalhados.
É óbvio que as condições culturais de outro país não podem ser comparadas ás de outro país, sob o risco não obterem sucesso. Mas no Brasil mesmo, existem inúmeros projetos que visam recuperar essas pessoas.
Em Guarabira, na Paraíba, os presos trabalham em troca da redução de pena e estudam dentro da prisão. Em Votorantim, no interior de São Paulo, uma cadeia feminina, oferece as detentas oficinas, trabalhos remunerados, lazer e até a oportunidade de produzir um programa de televisivo de dentro dos muros da prisão. A TV Cela.
A grande alegação por parte da sociedade, é que o presídio é um lugar para punição, para castigo de pessoas que tenham feito mal à sociedade de algum modo, e apenas isso. A reinclusão dessas pessoas no mercado de trabalho, dão-lhe uma nova motivação de vida. Diminuem consideravelmente as chances de reincidirem no mundo da criminalidade e apaziguam o ciclo vicioso da violência.
Os custos de medidas como essa podem impactar no orçamento do Brasil, porém, a terceirização dos presídios ou até mesmo a privatização desses, podem auxiliar de forma pontual os custos e a resocialização desses individuos excluidos pela sociedade, além de possuir maiores chances de amenizar a corrupção pelos agentes penitenciarios dando-lhes mais segurança e até os fiscalizando melhor. Claro, tudo sob a tutela do Estado.
Alguns defendem a tese de que empresas privadas não podem lucrar ás custas de pessoas que possuem um débito moral com a sociedade, fato é que, pensamentos politicamente corretos e utópicos quando não levam a solução alguma, têem de abandonados, diante da real situação, proporcionando a esses seres humanos uma oportunidade de se redimir e lutar po um futuro.
Thay, adoreeeeei.. gostei de ler muito esse texto com essa nova vertente jornalística. Você vai longe, certeza! E o que eu digo é pra acreditar né? haha
ResponderExcluirRPZZ vindo de uma profissionaal AUHSAIAIUSHU da comunicação, eu tenho que acatar rs
ResponderExcluirIsso aí, e é pra acatar o que eu digo mesmo! :) hahaha
ResponderExcluirRealmente e infelizmente o sistema penitenciário brasileiro é uma vergonha! :(
ResponderExcluirÓtimo o post, Thay!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirverdade Saize
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